Amo tu que ri da minha zanga
Amo tu que sorri por que está sendo televisionada
Amo tu que assiste filme com os olhos nas liquidações no teu telefone
Amo tu que sempre tem sono que sempre tem fome
Amo tu que quando cochilo me puxa pela manga
Amo tu que canta música aleatória enquanto por mim outra música está sendo escutada
Amo tu que saboreia iogurte granola aveia
Amo tu que afasta as sombras que me aterrorizam
Amo tu que me faz dormir num guarda-roupa
Amo tu que quando não tem o que dizer cantarola “tam-tam-tam!’
Amo tu que deixa esfriar a ceia
Que preparei rápido por que tu estava com pressa
Amo tu que é dona da bola
Amo tu que sabe que amor não é esmola
Amo tu que sai numa corrida maluca
Mas sempre regressa
Amo tu e o coque que deixa ver tua nuca
Amo tu e a luz alta que é tua aura
Amo tu que pra tempestade se prepara plantando ipês
Amo tu ano dia e mês.
Amo tu outra mais uma sempre vez.
Everton Luiz Cidade - Compositor, escritor e poeta, Socio-proprietário na Pulperia Roupas, livros música e arte - São João 1140 -São Leopoldo