ME ORGULHA SER LATINO
E PARA O SOFRIMENTO TER TANTO TINO
E PARA ALEGRIA DESMEDIDA TAMBÉM
HIPERREALISMO COTIDIANO ANO E ANO
UM ARRECÉM
UMA CAIXA TORÁCICA DE EXPLODIR O CÉU
EM CHORO, EM DESAFORO, EM CANTORIA
QUE DEVASSA A ALMA PRA ENTERNECER A MINORIA
QUE É GIGANTE - CAVALEIRO ANDANTE NA DISTOPIA-
SELVAGERIA ROMÂNTICA PREDATÓRIA DE PRADARIAS
UM ESCARCÉU
NAVES, CAMPOS, NAVIOS - O MAR DA DEPRESSÃO
CAVALOS, CACAU, PAU BRASIL - O MAR DA EUFORIA
ORAMOS TODOS JUNTOS – O QUE FERE, O QUE SE FERIU
O QUE PARTIU, O QUE PARTE, O QUE PARTIRIA
O QUE SE ENGASGA E O QUE PÃO PARTILHARIA
MAS, AI, MEU FILHINHO, MINHA MÃEZINHA
O SANGUE QUE FORMA A CRISTA DESSE GALO
É O SANGUE QUE NA CIDADE VASTA NOS ESMAGA
EM EMPREGOS QUE NOS DESCEM PELO GARGALO
QUEM MAIS QUE TU SÓ EU CISMARIA
COM O MENINO JESUS DE TANTO CARREGÁ-LO
QUE O DESMAMARIA DE MARIA
PRA EM ESTADO BRUTO CONSERVÁ-LO
COMO IRMÃOZINHO COM SAPATOS DE JUNCO
NA ÁGUA QUE LEVA NOSSA SUJEIRA E SAÚDE PELO RALO
QUEM MAIS QUE EU SÓ TU MESMO MALDIZENDO
SE DIVERTIRIA NUMA RODOVIARIA A ESPERÁ-LO
TRAZENDO TANTOS ESCALPOS
QUEM MAIS QUE NÓS MESMOS NOS FESTEJARIA
PASMADOS E ALTOS
GALANTES E GRATOS.
Everton Luiz Cidade - Compositor, escritor e poeta, Socio-proprietário na Pulperia Roupas, livros música e arte - São João 1140 -São Leopoldo